O secretário-geral do PS atacou, esta segunda-feira, o relatório da Comissão Europeia que critica o aumento do salário mínimo nacional, advertindo que recusa um modelo de país baseado em baixos salários e que a batalha pela igualdade continua.
António Costa discursava na sessão do 43.º aniversário do PS, perante fundadores do seu partido, numa alusão crítica a um recente relatório da Comissão Europeia que criticava as consequências económicas do aumento do salário mínimo nacional, sobretudo em termos de criação de emprego.
BRUXELAS QUER TRAVAR AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL
"A batalha pela igualdade é permanente, já a travámos antes do 25 de Abril de 1974 e temos de continuar a travá-la. Quando vemos alguns cá dentro ou na Europa a dizerem que em Portugal nós não nos desenvolveremos aumentando o salário mínimo nacional, porque estamos condenados a viver num país de baixos salários e de pobreza, temos de dizer que não aceitamos", declarou o líder socialista e primeiro-ministro.
No seu discurso, após ter feito o elogio dos fundadores este partido, com especial destaque para o antigo Presidente da República Mário Soares, o secretário-geral do PS também assinalou que em 2016 se completarão 40 anos após as primeiras eleições autárquicas.
"É altura de promovermos uma verdadeira reforma descentralizadora a favor dos municípios e das freguesias", disse.
Depois do ataque ao teor do relatório da Comissão Europeia que criticou o aumento do salário mínimo em Portugal, António Costa defendeu a tese de que o PS "sempre soube bem quais os caminhos a seguir pelo país, primeiro contra a ditadura e pela democracia, depois contra os desvios da revolução pela liberdade".
"Escolhemos o caminho da Europa e vias de desenvolvimento com a criação do Serviço Nacional de Saúde, o lançamento da educação pré-escolar, o rendimento social de inserção, ou o complemento solidário para idosos. Estivemos do lado certo no combate pela coesão social", acrescentou.
Na sua intervenção, António Costa referiu-se a recente morte do presidente honorário do PS, António de Almeida Santos, e disse o nome de todos os antigos líderes do seu partido: Mário Soares, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António Guterres, Ferro Rodrigues, José Sócrates e António José Seguro.
Na sessão, a ouvi-lo, estavam ex-dirigentes da equipa de António José Seguro, como Álvaro Beleza e José Junqueiro.