Um estudo concluiu que a opção por gás natural nos automóveis e veículos pesados é, "em grande parte, ineficaz" na redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Segundo o trabalho "Veículos a Gás Natural - A Estrada para Lado Nenhum", da Federação Europeia de Transportes e Ambiente e divulgado esta sexta-feira pela associação ambientalista portuguesa Quercus, da qual faz parte, "os veículos a gás natural são uma forma dispendiosa e ineficaz de cortar emissões nos transportes".
O documento revela que "não existem praticamente ganhos ao nível da redução de gases com efeito de estufa na utilização de gás natural comprimido e liquefeito (GNL) em automóveis e camiões, em comparação com o gasóleo".
Ao contrário, para os autores do estudo, a opção por veículos híbridos, elétricos e a hidrogénio "traz benefícios climáticos muito mais relevantes".
As emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente do setor dos transportes, são apontadas como as grandes responsáveis pelas alterações climáticas, com ocorrência de fenómenos extremos, como ondas de calor, seca, ou elevada precipitação concentrada em períodos limitados de tempo, provocando cheias e inundações.
Os veículos movidos a GNL "não acrescentam qualquer benefício de redução da poluição em comparação com os veículos a gasolina", refere o comunicado da Quercus.
A Comissão Europeia está a preparar uma proposta sobre metas de redução de gases com efeito de estufa para os setores não abrangidos pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) e uma comunicação sobre a descarbonização do setor dos transportes, apontam os ambientalistas.