O primeiro-ministro, António Costa, defendeu, esta segunda-feira, em Bruxelas, que "nada" indica que Portugal venha a necessitar de medidas orçamentais adicionais para cumprir as metas.
"Divergimos da Comissão quanto à análise. Não identificamos os mesmos riscos, mas tomamos boas notas das recomendações da Comissão e, na postura construtiva que sempre temos tido, preparar-nos-emos para qualquer eventualidade, porque a nossa determinação de alcançar os objetivos previstos no orçamento é total", afirmou António Costa aos jornalistas, à margem de uma cimeira União Europeia-Turquia.
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Governo está a preparar medidas adicionais pedidas pela Europa
Poucas horas depois de o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, ter afirmado que as medidas adicionais que Portugal ficou de preparar são mesmo para ser implementadas, o primeiro-ministro disse que o Governo "toma nota" das preocupações de Bruxelas e vai preparar essas medidas, tal como se comprometeu, mas insistiu que não vê "nenhuma razão para alterar o orçamento", e "quer a execução de janeiro, quer a execução de fevereiro confirmam" que está a ser seguida "a trajetória certa" para alcançar as metas.
"O nosso compromisso é uma execução rigorosa do orçamento, de forma a diminuir os riscos e a reforçar a confiança. Como temos dito, o nosso plano B é executar o plano A. E, portanto, é aí que temos estado a trabalhar. E aquilo que eu gostaria de reafirmar é que não vemos qualquer razão para alterar o orçamento, não vemos qualquer razão para temer a nossa capacidade de dar uma boa execução ao orçamento, não vemos qualquer razão para recear não alcançarmos os objetivos muito ambiciosos que estão contidos no orçamento", sustentou.
Apontando que o Governo não deixará de fazer o "trabalho de casa, para uma eventualidade", António Costa reforçou todavia que os indicadores de que o Governo dispõe mostram que as medidas adicionais "não serão necessárias", e disse acreditar que em breve, mais concretamente na primavera, os mais céticos ficarão mais descansados.
"Na primavera haverá uma nova apreciação, já tendo em conta dados da execução (orçamental). Estou convencido de que nessa altura aqueles que hoje veem riscos estarão mais confortados, aqueles que hoje não veem riscos terão ainda mais confiança, e por isso iremos ter uma boa execução deste orçamento para 2016", afirmou.
Pouco antes, o comissário Moscovici afirmou que as medidas orçamentais adicionais que o Governo português ficou de preparar terão mesmo que ser implementadas, e indicou que abordará o assunto em Lisboa na quinta-feira.