O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, disse esta quarta-feira ser "completamente alheio à contratação" do procurador Orlando Figueira para o setor privado, assim como a "qualquer pagamento" de que alegadamente aquele magistrado beneficiou.
"Sou completamente alheio, nomeadamente, à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no sector privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado, conforme relatos da comunicação social, alegadamente por uma sociedade com a qual eu não tinha nenhuma espécie de relação, e que não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol", diz Manuel Domingos Vicente, em comunicado enviado à agência Lusa.
Procurador preso para evitar regresso ao MP
Procurador Orlando Figueira em prisão preventiva
O atual vice-presidente de Angola reagia às notícias sobre o seu suposto envolvimentos em factos relacionados com a investigação da "operação Fizz", conduzida pelas autoridades judiciárias portugueses, e que levou à detenção e prisão preventiva de Orlando Figueira, antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Na mesma nota enviada à Lusa, Manuel Vicente, antigo presidente da Sonangol, salienta que o seu envolvimento na investigação portuguesa "não tem, pois, qualquer fundamento", porém manifesta-se "totalmente disponível para o esclarecimento dos factos (...), de modo a por termo a qualquer tipo de suspeições".
Manuel Vicente diz que as notícias divulgadas pela comunicação social sobre o seu alegado envolvimento na "operação Fizz" não correspondem à verdade e "atentam gravemente" contra o seu bom nome, honra, imagem e reputação.
Quanto ao processo arquivado por Orlando Figueira, no início de 2012, no comunicado, o vice-presidente angolano refere que, ao que sabe, foi uma "simples averiguação de origem de fundos, relativos à compra de um imóvel".
"Confiei a minha representação a um advogado, o qual apresentou comprovação cabal da origem lícita dos fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado - comprovação essa que, se necessário, poderá ser renovada", acrescenta.