Manuel Pizarro, ex-secretário de Estado da Saúde e atual vereador no executivo portuense, não será candidato às autárquicas em 2017, devendo o PS apoiar o atual presidente Rui Moreira.
A garantia foi dada ao JN pelo médico na sua primeira entrevista depois de ter decidido avançar para a liderança da Federação do PS-Porto, cujas eleições serão no próximo fim de semana.
O candidato único à distrital tem como prioridade colocar o PS na presidência da Área Metropolitana do Porto (AMP) e afirmar a região no país. Para isso, promete ser intransigente com o Governo. Para já, dois conselhos a António Costa: extinguir o banco de fomento e recuperar os voos do Porto da TAP.
É candidato único à distrital do PS/Porto e já afirmou que quer afirmar o Norte no país, nomeadamente com uma presidência socialista na Área Metropolitana do Porto (AMP) em 2017. Mas o ministro adjunto Eduardo Cabrita já veio dizer que dar poder às áreas metropolitanas não é fazer a regionalização - uma das suas bandeiras. É o PS a contradizer o que poderá vir a ser a sua liderança no Porto?
Seria um gravíssimo erro se o PS, e sobretudo o PS no Porto, desistisse da regionalização. Porque é óbvio que haveria mais desenvolvimento no país e nas diferentes áreas territoriais se houvesse um poder regional. Contudo, isso não nos impede de perceber as circunstâncias concretas das regras constitucionais, que implicam o imperativo de convencer a maioria dos cidadãos de que faz sentido regionalizar o país, o que me parece que ainda não aconteceu. Aliás, em Portugal nunca houve nenhum referendo vinculativo, porque nunca votou mais de 50% da população. Em todo o caso, o centralismo é uma doença que ataca brutalmente o Porto e o Norte e corrói os fundamentos da coesão nacional. Os recursos concentram-se em Lisboa e no vale do Tejo e não nos é dada sequer a autonomia para gerir os recursos que nos são afetos, como os fundos comunitários. Mas, para já, os meus principais objetivos à escala distrital são vencer as eleições diretas para a AMP e ter a maioria das câmara do Porto.
A eleição direta para a AMP é uma forma de saber quem gere esses fundos de forma mais clara do que as CCDR?
Temos um conflito em relação à forma como o Portugal 2020 foi construído. Foi baseado numa visão centralista, ignorando a importância decisiva do poder local na aplicação de um quadro comunitário que tem, entre os seus objetivos, a promoção do desenvolvimento equitativo dos territórios.