A deputada e candidata à liderança do CDS-PP Assunção Cristas acusou a Esquerda de deixar o Orçamento de Estado sem "filiação", tal é o distanciamento quanto à autoria das medidas que constam no documento.
Esta terça-feira, no encerramento do debate do Orçamento de Estado (OE), no Parlamento, Cristas deixou a questão ao hemiciclo: "Quem apoia e quem defende este Orçamento?".
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"Enxotado de um lado para o outro, este Orçamento faz lembrar as crianças num recreio. Quando há um disparate, nunca ninguém teve a culpa, nunca ninguém é responsável", começou por apontar a centrista, perante a ausência do ainda líder Paulo Portas, que se encontra na Colômbia.
"Este é o Orçamento do PS, do BE, do PCP e dos Verdes. Este é o Orçamento que ninguém quer, mas que toda a Esquerda aprova", acusou, defendendo que o ministro das Finanças Mário Centeno concebeu um plano da "austeridade à la Esquerda".
"Em 2015, os portugueses pagaram 39 mil milhões de euros de imposto, em 2016 o Orçamento prevê que venham a pagar quase 41 mil milhões. Convenhamos que é pouco, é muito pouco para quem fazia do fim da austeridade a sua principal bandeira", disse.
Para Assunção Cristas, o plano orçamental guia-se pelo mesmo pressuposto seguido pelo Governo de José Sócrates, em 2009. "Menos de ano e meio depois, o país estava à beira da bancarrota e a troika estava em Portugal", lembrou.