Mamíferos são 40 milhões de anos mais velhos do que se pensava
Três fósseis de esquilos do tempo dos dinossauros foram descobertos na província de Liaoning, na China, sugerindo que os mamíferos estão no Planeta Terra há mais de 200 milhões de anos. A descoberta antecipa em 40 milhões de anos a presença dos mamíferos no planeta.
Estes animais viveram há 160 milhões de anos e são parecidos com os actuais esquilos – as criaturas pesariam entre 28 a 238 gramas, pertenciam ao grupo Haramiyida e comiam insectos, nozes e frutos. Tinham dentes estranhos e pontiagudos.
Segundo os investigadores, estes animais evoluíram para monotrématas como os ornitorrincos, marsupiais como os gambás e placentários como os humanos e as baleias.
Foram encontrados seis crânios e esqueletos bem preservados. “Durante décadas os cientistas têm-se debatido se o grupo extinto Haramiyida pertencia ou não aos mamíferos. Todo o nosso conhecimento destes animais era baseado em maxilares fragmentados ou dentes isolados, mas os novos espécimes estão muito bem preservados”, explicou Jin Meng, do American Museum of Natural History, em Nova Iorque. “Com base nestes fósseis conseguimos ter uma boa ideia que estes animais eram, de facto, mamíferos”.
Através da sua estrutura, os cientistas perceberam que estes animais eram bons trepadores e provavelmente passavam mais tempo em cima das árvores que os esquilos. “As suas mãos e pés estavam adaptados aos ramos, mas não eram boas para correr no chão”, continuou Jin Meng.
Os mamíferos terão evoluído de um antepassado comum que tinha três cúspides – os molares humanos podem ter até cinco. Mas a espécie agora descoberta tinha duas filas paralelas de cúspides em cada molar – até sete cúspides em cada lado.
A forma complexa como este padrão dentário evoluiu tem confundido os cientistas durante décadas, mas há outras características mais comuns aos mamíferos: os espécimes têm uma área dentro do tímpano que transforma as vibrações do ar em ondulações, nos fluidos do ouvido. Esta área tem três ossos, algo muito típico dos mamíferos.
“Temos provas muito convincentes de que estes animais são mamíferos e que precisamos de voltar o relógio atrás para descobrir a convergência mamífera”, concluiu Ming. O estudo foi publicado no jornal Nature.