Lara Li em palco para não morrer
Cantora confessa-se fascinada pela arte teatral e diz que o público muda tudo. Vai fazer quatro sessões por dia do mesmo texto, até ao final do mês.
Como cantora, Lara Li não é estranha à presença de público à sua volta, mas ontem, na sua estreia teatral, diz que se sentiu "diferente" e classifica a experiência de "efervescente". Protagonista de ‘Lápis Azul’, peça que Tiago Torres da Silva escreveu para ela e que está em cena no Teatro Rápido, Lisboa, a artista dá corpo a uma atriz que não quer sair de cena porque acredita que, em palco, não morrerá.
"De uma forma geral, os atores são pessoas apaixonadas, mas umas são-no mais que outras", diz a atriz estreante. "E esta é uma mulher que vive, literalmente, para o teatro."
Admitindo que já tinha "sonhado" um dia, fazer teatro – "mas de forma muito vaga", diz-se fascinada por uma arte que tanto depende do público.
"Sempre adorei teatro e cinema, mas a verdade é que nada nos prepara para este contacto com os espectadores, uma ligação que muda tudo. Muda a nossa forma de estar, a forma de falar, a interiorização da personagem... E que é entusiasmante."
Tiago Torres da Silva, que quis com esta peça de apenas quinze minutos passar em revista as várias fases da vida de uma mulher, diz que encontrou em Lara Li uma intérprete "demasiado autocrítica", a quem foi preciso "dar confiança". Depois, "as coisas foram aparecendo".
"Não tenho método", garante. "O mais importante é estar atento ao ator, sublinhar o que é bom no seu trabalho e retirar o que é menos bom", explica.
A peça conta ainda com João Passos e fará quatro sessões diárias até ao final do mês.