A diretora-geral de saúde britânica, Sally Davies, defendeu, esta segunda-feira, que a crescente ineficiência dos antibióticos é "catastrófica" e global, uma ameaça tão grande como terrorismo ou alterações climáticas que deve ser encarada pelo G8 e Organização Mundial de Saúde.
A resistência cada vez maior das bactérias aos medicamentos existentes é "uma bomba relógio", não apenas para o Reino Unido, mas para todo o mundo, disse a professora universitária Sally Davies.
"Temos de trabalhar com todos para nos assegurarmos de que o cenário apocalíptico de resistência antibiótica generalizada não se torna numa realidade", adiantou.
Caso os seres humanos percam a possibilidade de combater infeções, intervenções cirúrgicas de rotina podem tornar-se letais dentro de 20 anos.
Davis sugere a inclusão da resistência a antibióticos no registo nacional de ameaças britânico, que também inclui "ataques terroristas catastróficos e outras emergências civis".
"Esta ameaça é indiscutivelmente tão importante para o mundo como as alterações climáticas", adiantou.
O assunto deve ser debatido pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo dos países mais industrializados (G8), em Londres no próximo mês.
"Os governos e organizações em todo o mundo, incluindo a Organização Mundial de Saúde e o G8, precisam de levar isto a sério", adiantou.
Segundo Davies, há "um vazio de descobertas" no campo dos antibióticos desde 1987 e as doenças têm evoluído mais rapidamente do que os medicamentos para as tratar.
As infeções custam ao Reino Unido perto de 35 mil milhões de euros por ano em cuidados de saúde e dias de trabalho perdidos.