FANTASIAS SEXUAIS
Fantasiar é a capacidade de inventar mentalmente coisas ou situações. Todo mundo é capaz de fantasiar (ou sonhar acordado) sobre diversas situações: uma roupa que usará, um carro que comprará, um corpo depois da dieta e exercícios... Fantasias sexuais são desejos ou impulsos exteriorizados inicialmente através da imaginação, onde muita coisa é permitida e pouquíssima censura faz parte do enredo, sendo possível saborear várias situações sexuais além da fronteira da realidade.
Sua função principal é permitir que certos desejos sexuais de difícil conexão com a realidade possam ser satisfeitos, funcionando como substitutos da experiência real, além de ajudar a focalizar o próprio corpo e as sensações aperfeiçoando o conhecimento sexual. Também se pode dizer que a fantasia sexual é um tempero para a libido, aumentando o prazer na atividade sexual, sendo uma forma segura de experimentar o sexo.
Muitas fantasias sexuais são transformadas em realidade e outras tantas servem de estímulo para o relacionamento sexual ou porque a relação está morna ou porque se tem vontade de incrementá-la um pouco mais. No entanto, muitas fantasias são ousadas do jeito que são, pois ignoram os limites que encontram do outro lado: a AIDS e seus riscos, a mulher do melhor amigo, normas muito rígidas, a moral, a ética, censuras... Tudo isso é deixado de lado.
Por isso, talvez, seja tão perigoso e arriscado colocar todas as fantasias em prática. Querer nem sempre é poder e às vezes mais saudável é quem percebe essa barreira e não se machuca ultrapassando os limites, do que aquele que acha que tudo é válido e permitido. A identificação daquilo que pode ser posto em prática e o que deve permanecer no terreno da fantasia só pode acontecer quando se possui uma boa noção de si mesmo e de seu parceiro(a) e os limites do relacionamento sexual e afetivo.
Admita a criação sem se prender na autocensura, mas pense antes de agir. Use o senso crítico e avalie as conseqüências. Caso surjam sinais de alerta, contenha-se, pois pode ser melhor que a fantasia continue no imaginário. Se o sinal estiver verde, pode seguir em frente e libere-se para por em prática o que antes fazia parte do virtual.
Lembre-se: a fantasia não é algo errado ou anormal, desde que não constranja e/ou obrigue a um dos parceiros. Elas são normais, saudáveis e capazes de fortalecer o relacionamento, sustentando a cumplicidade e a intimidade. Além disso, elas são capazes de suavizar a ansiedade, aumentar a autoestima, autorizar emoções e percepções reprimidas e atacar a rotina. O perigo não se encontra na fantasia, mas na vergonha e no medo que podem acompanhá-la.
Sentimentos negativos não combinam com a sexualidade plena. Se for apropriada para ambos, a fantasia serve para estimular, divertir e educar sobre as preferências, além de revitalizar o sexo. Mas o medo da interpretação errada pelo(a) parceiro(a) e a educação repressora, limitam a imaginação e o desejo, levando para a cama no lugar da fantasia um juiz que condena o depravado, e procura somente o supostamente aceitável. O ato de ‘alimentar fantasias’ pode ser considerado impróprio para alguns, pois grande parte da vida é racional e previsível, e fantasiar é se desviar dos estereótipos e ser feliz.
Fantasia sexual e Internet
A busca por sites eróticos é uma crescente. A Internet democratizou o sexo com a possibilidade de apertar algumas teclas e ir de encontro a um mundo sem censuras. A segurança do anonimato funciona oferecendo mais emoção à vida sexual de todas as idades. A fronteira de tal comportamento, entre o saudável e o vício, é tênue.
Mas, o que caracteriza o vício é a falta de relacionamento com outras pessoas, utilizando-se somente a fantasia virtual como forma de desejo e prazer. Normalmente, revelam pessoas com dificuldade em se relacionar e se expor. A intenção da fantasia é potencializar a vida sexual e não esquivar-se dela.