Cantábria, Astúrias e Palência foram "varridas" por uma onda de assaltos levados a cabo por um casal espanhol que atacou em pelo menos 93 igrejas, no espaço de dois meses. Ainda assim, as esmolas fizeram jus ao nome e o maior furto rendeu apenas mil euros.
Um casal, residente no município espanhol de Villacarriedo, foi detido pela Guarda Civil na sequência de uma onda de assaltos. Atacaram em 93 igrejas, localizadas em 82 cidades.
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O modo de operar do casal resumia-se a procurar igrejas isoladas da população. A mulher permanecia de vigia no exterior do edifício, enquanto o marido, com a ajuda de "macacos hidráulicos, pés de cabra, chaves de fenda, martelos e alicates", forçava as entradas, descreve o jornal espanhol "El País".
Apesar dos esforços, a maioria dos assaltos foram pouco lucrativos e o maior rendeu apenas mil euros, provenientes das doações da população para o presépio de Natal do Santuário de Valvanuz, na Cantábria.
Os agentes da Guarda Civil começaram a desconfiar do casal quando, durante uma patrulha, estes apresentaram uma atitude suspeita. Uns dias mais tarde, o mesmo carro foi visto por outra equipa de agentes perto de um templo. O pontapé final da operação foi dado no Mosteiro de Santo Toríbio, também na Cantábria, graças ao sistema de segurança que aí tinha sido instalado há uns tempos para prevenir este tipo de ataque.
As autoridades detiveram primeiro o homem e apreenderam um carro, onde encontraram todas as ferramentas usadas nos assaltos. A mulher foi detida na residência do casal e no mesmo local foram apreendidos os artigos e dinheiro roubados. Segundo o "El País" foram recuperados "140 objetos de natureza eclesiástica, entre os quais pinturas, pequenos baús com chaves de tabernáculos, chaves de alguns templos, instrumentos de sistema de som", entre outros.
As portas e vidrais danificados pelo casal tinham elevado valor cultural e monetário e o caso está agora entregue ao Tribunal de Cantábria.