O líder do PSD acusou, esta quarta-feira, em Leiria, o PS de vitimização após a saída de Jorge Seguro Sanches da presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP e de não ajudar ao desenvolvimento dos trabalhos.
"A instabilidade na comissão de inquérito, em particular, vê-se com a alteração, difícil de explicar devo confessar, da presidência da comissão, num processo de vitimização que sinceramente não beneficia nada o andamento dos trabalhos", declarou Luís Montenegro, antes de se reunir com jovens no Politécnico de Leiria para falar sobre a habitação.
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Confrontado com as palavras do socialista Eurico Brilhante Dias, que acusou hoje o deputado do PSD Paulo Moniz de ter atacado a honra e o caráter do presidente da comissão de inquérito à TAP, o socialista Jorge Seguro Sanches, o líder social-democrata reafirmou: "é o tal processo de vitimização, que é uma desculpa de mau pagador, na inviabilização do calendário de audições, na obstaculização de acesso a informação, alguma dela que até já tinha sido decidida na própria comissão".
"Aquilo que me parece cada vez mais certo é que onde o partido socialista entra causa instabilidade. Temos hoje instabilidade dentro do Governo acumulada durante meses e meses. Temos em Portugal instabilidade institucional nas relações entre o Governo e o seu Presidente da República e agora temos também instabilidade no Parlamento, porque o PS cria essa instabilidade", acrescentou.
Para Luís Montenegro, o PS "está a fazer uma coisa que é o contrário daquilo que diz o secretário-geral do partido", António Costa, que afirmou que "se deve descobrir e apurar a verdade, doa a quem doer".
"Parece que quando as dores se aproximam da área do Governo, a procura da verdade tem obstáculos. Tem obstáculos nos documentos que são disponibilizados, nas audições, esta instabilidade e esta nuvem para ver se consegue distrair os portugueses daquilo que se passa na comissão", afirmou.
O deputado socialista António Lacerda Sales vai assumir a presidência da comissão de inquérito à TAP, após a renúncia de Jorge Seguro Sanches, anunciou hoje o Grupo Parlamentar do PS.
Montenegro comentou também declarações do ministro João Galamba, que hoje afirmou nada ter a acrescentar às declarações que já tinha feito sobre o processo de demissão do seu adjunto Frederico Pinheiro.
"Já tivemos ocasião, eu próprio, de questionar quer o primeiro-ministro quer o ministro João Galamba sobre aquilo que aconteceu na semana passada, porque o ministro em causa apresentou a sua demissão", salientou.
Luís Montenegro lembrou que João Galamba explicou o seu pedido de demissão "por escrito", onde "foram aduzidos argumentos como a necessidade de haver tranquilidade institucional, a preservação da dignidade do próprio e até da sua família".
"Se esses argumentos foram apresentados com verdade, se não foram ficcionados, não vejo por que é que o ministro não deve ser consequente e pedir para sair. Por outro lado, está por explicar o que está por detrás desta postura do primeiro-ministro, não só em não aceitar a demissão como em fazer este braço de ferro com o Presidente da República, quebrando aquilo que foi sempre uma relação de colaboração e cooperação institucional que aconteceu nos últimos anos", rematou.