Pelo menos 190 crianças morreram e 1700 ficaram feridas desde o início do conflito no Sudão entre o Exército nacional e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), segundo dados divulgados esta sexta-feira pela UNICEF.
De acordo com o relatório da organização das Nações Unidas, o número de mortos e feridos apenas se refere aos menores que tiveram contacto com um centro médico, alertando-se, no documento, que os locais onde as crianças deveriam estar seguras - como casas, escolas e hospitais - têm sido alvo de "ataques constantes".
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Perante o atual conflito armado entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar RSF, a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, apelou às duas forças em confronto para que desistam de atacar centros de saúde e escolas para "proteger as crianças".
No mesmo discurso, Russell denunciou ambas os fações de atacarem os trabalhadores, instalações, veículos e suprimentos humanitários, acrescentando que para que a capacidade de "alcançar as crianças em todo o país com serviços vitais de saúde, nutrição, água e saneamento" seja possível, "todas as partes no conflito" devem garantir que os atores humanitários "possam operar com segurança no terreno".
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o confronto entre o Exército e as RSF, que mergulhou o Sudão numa guerra civil, já causou 551 vítimas mortais e cerca de cinco mil feridos.