O líder do Chega considerou "extraordinário" que o Conselho de Fiscalização do SIRP não tenha detetado qualquer atuação ilegal do SIS no caso da recuperação do computador roubado no ministério das Infraestruturas. André Ventura argumentou que esse desfecho mostra o "sequestro profundo" das instituições pelo PS. O líder da extrema-direita também criticou o PSD por não pedir eleições antecipadas.
"É espantoso como é que, depois de ouvir praticamente todos os especialistas deste país, alguns deles responsáveis pelos serviços de informação, vem o SIRP, liderado por uma antiga [ministra] socialista [Constança Urbano de Sousa, que lidera o Conselho de Fiscalização do SIRP], dizer que não vê indícios de qualquer ilegalidade", afirmou Ventura, no Parlamento, em declarações aos jornalistas.
O presidente do Chega lamentou também que o comunicado do Conselho de Fiscalização tenha sido divulgado depois de uma audição a Constança Urbano de Sousa ter sofrido "um adiamento provocado pelo PS". Ou seja, os deputados não puderam confrontar a presidente do CF do SIRP sobre o caso do portátil.
Ventura defendeu ainda que o facto de o PS ter votado contra o requerimento para a audição da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, "mostra bem a prepotência" do partido e "o medo de que a verdade seja revelada". Esta quarta-feira, a governante recusou comentar a atuação do SIS.
PSD tem "medo" das eleições
O líder da extrema-direita também apontou a mira ao PSD, revelando ter visto com "alguma perplexidade" a reação de Luís Montenegro à decisão do primeiro-ministro em recusar a demissão do ministro das Infraestruturas. "Estou certo de que o presidente da República hoje esperava um pouco mais dos partidos à Direita", afirmou Ventura.
No entender do presidente do Chega, após a "humilhação" de Costa a Marcelo Rebelo de Sousa, o PSD deveria ter dito "que este Governo chegou ao fim" e que há "alternativa". Não o fazendo, os sociais-democratas demonstram "medo" de ir às urnas, argumentou.
Ventura exortou ainda o chefe de Estado a falar ao país antes de partir para a tomada de posse do rei de Inglaterra, de preferência "ainda esta tarde ou esta noite".