Pela primeira vez na história da Igreja Católica, as mulheres e os leigos vão votar no Sínodo dos Bispos. O Papa Francisco promoveu uma mudança das regras que já estará em vigor em outubro, na XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e que alargará o número de pessoas com direito de voto.
De acordo com informações divulgadas pelo Vaticano, são acrescentados mais 70 membros não-bispos, que representam "outros fiéis do Povo de Deus (sacerdotes, pessoas consagradas, diáconos e fiéis leigos) e que provêm das Igrejas locais". Os novos eleitores são escolhidos pelo Papa a partir de uma lista de 140 pessoas "identificadas, mas não eleitas pelos sete Organismos Internacionais das Conferências Episcopais e pela Assembleia dos Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais (20 para cada uma destas realidades eclesiais)", informa o Vaticano.
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O Sínodo dos Bispos é uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa de ajudar o Papa no governo da Igreja.
A Santa Sé, através da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, pede agora que, entre as pessoas identificadas pelos vários organismos episcopais, "50% sejam mulheres e que a presença de jovens seja também valorizada".
"Como membros, têm direito de voto. Além disso, para além dos 70 membros não-bispos, vale a pena mencionar que também será possível ter membros não-bispos entre os membros de nomeação pontifícia", acrescenta a Secretaria.
Também os Institutos de Vida Consagrada, masculino e feminino, terão cinco representantes cada um. Até agora, a representação da Vida Consagrada era feita por dez sacerdotes.
Pela primeira vez, também vão participar na Assembleia "facilitadores". São "pessoas especializadas cuja missão é facilitar os trabalhos nas diferentes fases", mas sem direito a voto.