A Marinha iraniana anunciou ter, esta quinta-feira, "forçado" um submarino dos Estados Unidos a emergir, quando este atravessava o estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, uma declaração logo desmentida pela Marinha norte-americana.
O comandante da Marinha iraniana, Shahram Irani, indicou que o submarino norte-americano USS Florida, submerso, "se aproximava [das águas territoriais iranianas] em silêncio total".
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Um submarino iraniano "forçou-o" a vir à superfície depois de ele ter brevemente penetrado em águas territoriais do Irão, declarou Shahram Irani à televisão estatal, afirmando que o seu país vai denunciar o caso junto das instâncias internacionais.
Uma informação "absolutamente falsa", reagiu a 5.ª Frota dos Estados Unidos com base no Golfo, segundo a qual "nenhum submarino norte-americano atravessou o estreito de Ormuz recentemente", condenando num breve comunicado divulgado na rede social Twitter "um exemplo da desinformação iraniana que destabiliza a região".
A zona do estreito de Ormuz, ponto de passagem estratégico para o comércio mundial de petróleo que liga o Golfo Pérsico ao mar de Omã, está no centro de acesas tensões.
Inimigo figadal dos Estados Unidos, o Irão denuncia regularmente a presença de forças estrangeiras, em particular da 5.ª Frota norte-americana, estacionada no Bahrein, tendo já diversas vezes ameaçado bloquear o estreito em caso de ação militar de Washington naquela área.
São os Guardiães da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, que controlam as operações navais no Golfo Pérsico e são responsáveis por garantir a segurança do estreito.
Por seu lado, Washington acusou várias vezes o Irão de perturbar o tráfego marítimo na zona.
Em junho de 2022, a Marinha norte-americana revelou a forma "perigosa" como três navios dos Guardiães da Revolução reagiram à passagem de embarcações suas no estreito de Ormuz.
Em janeiro de 2020, o Irão disparou mísseis sobre uma base aérea dos Estados Unidos no Iraque onde se encontravam tropas norte-americanas, para vingar a morte, alguns dias antes, do antigo líder da Força Qods, responsável pelas operações dos Guardiães da Revolução no exterior, Qassem Soleimani, num bombardeamento norte-americano em Bagdad.