O chefe do grupo russo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, apelou à Rússia que declare cumpridos os objetivos da "operação militar especial" na Ucrânia e prepare uma batalha decisiva com o exército ucraniano.
"Para as autoridades russas e a sociedade em geral, é necessário pôr fim à operação militar especial", escreveu Yevgeny Prigozhin num artigo publicado na rede social Telegram, citado pela agência espanhola EFE.
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Idealmente, seria "anunciar que a Rússia alcançou os resultados que pretendia", disse Prigozhin. O líder dos mercenários é visto como um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, mas tem assumido divergências públicas com a liderança das forças armadas russas, incluindo o ministro da Defesa, general Serguei Shoigu, sobre a guerra na Ucrânia.
"Em teoria, a Rússia já pôs um fim a isto, aniquilando uma grande parte da população masculina ativa da Ucrânia e intimidando outra parte, que fugiu para a Europa", afirmou. Prigozhin disse que a Rússia conseguiu confiscar o Mar de Azov e uma grande parte do Mar Negro. Também tomou uma "suculenta parte do território da Ucrânia" e criou um corredor terrestre para a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
A Rússia deve "fortificar-se e agarrar-se com unhas e dentes aos territórios que já possui", e não entrar em qualquer tipo de acordo com a Ucrânia, com o qual só pode lutar, defendeu. "E se sairmos mal dessa luta, tudo bem. As regiões fortificadas da Rússia não lhes permitirão entrar no território do país", disse.
Resumindo a situação, o empresário e chefe do Grupo Wagner observou que os ucranianos estão prontos para uma ofensiva e os russos estão a postos para a repelir. "O melhor cenário para a cura da Rússia, para que ela se torne um Estado mais poderoso, é uma ofensiva das Forças Armadas da Ucrânia, o que tornaria impossíveis quaisquer concessões e negociações", considerou.
Então, "ou as Forças Armadas da Ucrânia serão esmagadas numa luta franca, ou a Rússia curará as suas feridas, construirá as suas forças e, mais uma vez, derrotará os seus adversários", acrescentou.
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa numa crise de segurança .
A Ucrânia tem contado com o fornecimento de armas pelos seus aliados ocidentais para combater as tropas russas.
Os aliados de Kiev também têm imposto sucessivos pacotes de sanções económicas a Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Desconhece-se o número de baixas das partes em conflito na Ucrânia, mas diversas fontes têm admitido que será elevado.