A Ucrânia vai retirar 126 crianças de cidades na região de Donetsk devido aos violentos combates no leste do país, onde os mercenários do grupo Wagner terão avançado para o centro de Bakhmut e arredores de outras localidades.
Numa reunião presidida pela vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, foi aprovada "a retirada obrigatória de 126 crianças de 21 localidades da região de Donetsk, onde a situação de segurança continua crítica", informou o Ministério para a Reintegração dos Territórios Ocupados na rede social Telegram.
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Cinco patrulhas da unidade policial ucraniana conhecida como "White Angels", especializada na transferência em veículos blindados de crianças que vivem em zonas de guerra, vão fazer esse trabalho, adiantou a mesma fonte.
Os menores, a quem será oferecido alojamento e assistência material e psicológica pelo Estado, devem estar acompanhados por, pelo menos, um dos pais ou representante legal.
Esta operação coincide com as acusações de que a Rússia deportou ilegalmente menores da Ucrânia, algo que Moscovo nega categoricamente, tendo inclusivamente anunciado que a sua comissária presidencial para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, visada pela justiça internacional pela alegada deportação de menores, deve intervir por videoconferência numa reunião informal do Conselho de Segurança da ONU.
O representante russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, disse que "a verdade é que estas crianças foram retiradas de áreas de conflitos [na região do Donbass], provocados pelo regime criminoso de Kiev".
De acordo com o Instituto Americano de Estudos da Guerra, as imagens geolocalizadas "indicam que as forças russas provavelmente avançaram para o sul de Bakhmut", mais perto do centro, e as tropas russas persistem na tentativa de cercar a cidade.