Desconstruir dogmas associados ao cancro, levando especialistas a percorrer o país para a conversar com a população sobre os mais recentes avanços científicos e médicos nesta área. Este é o objetivo do projeto "Tratar o Cancro por Tu" que, no primeiro trimestre deste ano, realizou seis sessões sobre literacia em cancro e passou por seis concelhos do país. A iniciativa, promovida pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), já realizou um total de 12 sessões. Os encontros realizados este ano estão disponíveis na RTP Play.
A primeira edição do ciclo "Tratar o Cancro por Tu" realizou-se em 2022. De acordo com o Ipatimup, a edição teve um "grande sucesso" e juntou "centenas de pessoas em seis concelhos do país". No primeiro trimestre deste ano, a iniciativa regressou e levou os especialistas a deixarem "laboratórios e consultórios dos hospitais para falar, em auditórios sempre muito concorridos, com a população sobre os mais recentes avanços científicos e médicos na área do cancro". A primeira sessão centrou-se sobre tumores pediátricos. Seguiu-se uma sessão sobre o diagnóstico e tratamento da próstata, o cancro do pulmão, o cancro da mama, cancro da pele e o cancro do cólon.
Citado em comunicado, José Carlos Machado, membro da Direção do Ipatimup, explica que a iniciativa tem como intuito "desconstruir alguns dogmas associados ao cancro".
"É verdade que é uma doença que, por ano, mata mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 28 mil em Portugal, mas o seu diagnóstico está longe de constituir uma sentença de morte. Na verdade, o diagnóstico precoce e a evolução no tratamento colocam-nos hoje numa situação em que a mortalidade associada ao cancro é inferior a 50%. Estas sessões destinam-se a todos os cidadãos, pois todos corremos o risco de desenvolver cancro, e se há uma coisa que aprendemos é que um doente com cancro bem informado é um doente mais bem tratado", refere José Carlos Machado