Veículos blindados foram entregues ao país juntamente com as viaturas fornecidas pela Alemanha, tal como António Costa tinha antecipado.
Entre os 21 tanques Leopard 2 recentemente recebidos pela Ucrânia encontram-se os três veículos cedidos por Portugal. Ao JN, o Ministério da Defesa confirmou que as viaturas já estão nas mãos dos combatentes ucranianos, mas, por razões de segurança, não revelou quando nem como chegaram.
Além destes carros, o país liderado por Volodymyr Zelensky recebeu da Alemanha 18 Leopard 2, 40 veículos de combate de infantaria e dois veículos blindados de recuperação, revelou uma fonte de segurança ucraniana, citada pela agência Reuters.
Depois de mostrar alguma resistência em relação ao envio de carros de combate para ajudar o Exército ucraniano, o Executivo germânico comprometeu-se a dar resposta aos pedidos de assistência, colaborando ainda com Portugal na recuperação de veículos classificados por António Costa como "inoperacionais".
Sob o ideal de "dar sem comprometer", Helena Carreiras, ministra da Defesa, já deixou claro que o país irá continuar a apoiar o Estado invadido dentro do possível. A governante anunciou, na semana passada, a integração de Portugal num projeto, no qual 18 estados da União Europeia estão envolvidos, para aquisição conjunta de munições para a Ucrânia.
A chegada dos veículos coincide com as declarações do comandante das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, ao visar as dificuldades que os combatentes estão a ter nos combates de Bakhmut, na região do Donbass. "A fase mais intensa da batalha continua. A situação é difícil. O inimigo sofre perdas significativas em recursos humanos, armas e equipamentos militares, mas continua a realizar ações ofensivas", frisou, ao destacar que a defesa da cidade se trata de uma "necessidade militar".
Enquanto os confrontos escalam no teatro de operações - onde, esta segunda-feira, morreram duas pessoas depois de uma ataques de mísseis na cidade de Sloviansk , no Leste da Ucrânia -, o mesmo acontece no que diz respeito à retórica nuclear da Rússia. Apesar das críticas do Ocidente, Moscovo reafirmou que vai colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia. "Há muito tempo que os EUA implantaram as suas armas nucleares táticas no território dos seus aliados", justificou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
China desagradada
Com uma postura ríspida, Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, alertou que o Estado tem armas para destruir qualquer inimigo, inclusive os EUA, caso a existência do próprio país seja colocada em causa. "A Rússia é paciente e não intimida ninguém com a sua vantagem militar. Mas tem armas modernas únicas capazes de destruir qualquer adversário", atirou o aliado de Vladimir Putin, numa altura em que o Mundo está em alerta com o posicionamento nuclear do Kremlin.
Mesmo a China, com quem a Rússia fortaleceu os laços diplomáticos na sequência do encontro entre Xi Jinping e Vladimir Putin, mostrou-se desagradada com a atitude do país "amigo". "Uma guerra nuclear nunca deve ser travada nem ganha" , salientou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, durante um briefing diário. Ning apelou à "redução de riscos estratégicos" e voltou a reafirmar o que já tinha sido transmitido pelo líder do gigante asiático, apelando por uma "resolução pacífica da crise ucraniana".