Um grupo de investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho) desenvolveu uma nova tecnologia que permite estudar a malária nos cérebros dos humanos, em laboratório, através de organoides cerebrais.
A partir de células estaminais, os cientistas conseguem produzir pequenas estruturas celulares tridimensionais que reconstituem "em grande detalhe" o cérebro humano, conseguindo replicar no laboratório o fenómeno do impacto da infeção pelo parasita da malária.
Segundo um dos investigadores, Pedro Ferreira, "com esta contribuição revolucionária será possível desenvolver terapias que bloqueiem a severidade da malária", contribuindo para "reduzir o nível de mortalidade infantil causado por uma das mais mortais doenças no planeta".
"A manifestação clínica da malária a nível cerebral é o maior responsável pela sua severidade, que se repercute nos níveis de mortalidade e morbilidade da doença. Mesmo com tratamento, 15-20% dos casos são fatais", explica.
De acordo com Pedro Ferreira, "até agora não existia um modelo celular laboratorial que permitisse estudar a infeção no cérebro humano", sendo os estudos realizados "retrospetivamente ou post-mortem" [após a morte].