O presidente da República revelou, esta quinta-feira, que a falência do banco norte-americano Silicon Valley Bank o "preocupa". Marcelo Rebelo de Sousa considerou necessário avaliar a "repercussão" que o colapso da referida instituição poderá ter na Europa, levantando a hipótese de a falência em causa vir a "dificultar" a recuperação das economias do Velho Continente: "Os sinais de fora, inesperadamente, não são bons sinais", alertou.
"Preocupa-me um pouco a situação económica que se vive neste momento", começou por afirmar o chefe de Estado, em Lisboa. Marcelo esclareceu que não se referia "especificamente" à Europa mas sim "ao mundo, com eco na Europa".
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"Não podemos ser insensíveis ao que aconteceu a entidades bancárias norte-americanas. Não podemos ser insensíveis à sua repercussão em bancos do continente europeu e nas bolsas europeias. Isso preocupa-me", admitiu o presidente, embora frisando que o Silicon Valley Bank era uma instituição de dimensão "regional".
O presidente disse estar igualmente inquieto com "a notícia que vem dos EUA, do aumento da inflação, outra vez". "E preocupa-me o facto de isso provavelmente provocar, por parte das entidades reguladoras, uma continuação de uma política de subida de juros muito acentuada", completou.
Feita a análise, Marcelo traçou um cenário pessimista: "Tudo somado pode - esperemos que não - dificultar a saída da crise e a recuperação das economias. Esperemos que não, mas já vi, noutros tempos, garantir que as soluções encontradas para certas crises eram sólidas e, depois, não era tão fácil encontrar soluções sólidas", atirou, considerando que o impasse atual "não facilita a tarefa dos Governos".