Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), defendeu esta quinta-feira no Parlamento que é preciso reforçar a capacitação das forças de segurança, bem como dos profissionais nas escolas para ajudar a identificar casos de violência no namoro e as vítimas. A responsável apela à "intolerância social" para com a violência no namoro.
Para a presidente, os dados mais preocupantes foram conhecidos há um mês, com o estudo realizado pela União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) a 5916 jovens entre o 7.º ao 12.º ano de escolaridade: mais de 65,2% disse já ter vivido experiências que reportam como violência, desde comportamentos de controlo, violência psicológica, humilhação e perseguição através das redes sociais, violência física ou sexual. Entre as formas de controlo, os jovens apontam "o controlo sobre o telemóvel, as roupas que vestem e a proibição de estar ou falar com amigos ou colegas", relembrou Sandra Ribeiro, na audição pedida pelo Chega, com a presença ainda do PS, PSD, IL e PCP.
RELACIONADOS
Parlamento. Partidos concordam em fazer mais contra violência doméstica, mas por caminhos diferentes
Face aos números da PSP que mostram um aumento de 10% das denúncias de violência no namoro nos últimos cinco anos - tendo sido registadas mais de 2 mil só no ano passado -, a presidente da CIG sublinhou que "não devem ser encarados como um aumento de casos", mas como sinal de "uma maior perceção dos jovens das situações de violência" e uma maior abertura para pedirem ajuda.