Há desde 1958 regulamentação sobre construção sísmica, mas falta controlo sobre o que é realmente é aplicado no momento de construir novos edifícios e reabilitar os antigos. Risco de terramotos é maior no Sul e há milhares de prédios em risco. Especialista defende estudo sobre capacidade do parque habitacional para resistir a um abalo.
A destruição vista na Turquia e na Síria após o sismo que fez dezenas de milhares de mortos seria pouco provável em Portugal devido à melhor qualidade de construção e onde existe regulamentação sobre a proteção sísmica desde 1958. Luís Guerreiro, professor do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, diz ao JN que os regulamentos têm de ser obrigatoriamente cumpridos quando se projetam e constroem edificações novas ou se reabilitam antigas, mas a realidade não é assim tão simples.
RELACIONADOS
Saúde. Pizarro admite "revisitar" regras de prevenção de risco sísmico de hospitais
Segurança . Moedas diz que Lisboa está "extremamente preparada" para um sismo
Proteção Civil. Sabe o que fazer em caso de sismo? Hoje há um exercício de preparação
"Os regulamentos são mais do que suficientes. O problema é não haver controlo sobre a sua aplicação correta. A regulamentação tem alguma complexidade, e por vezes não é devidamente cumprida. Uma fiscalização adequada daria garantias de que não se cometem erros", explica o engenheiro, que é também membro da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica. "Não acredito que se cometam erros deliberadamente, mas também não acredito que não se cometem erros".