O homem, de 46 anos, que foi colocado em prisão preventiva no final de maio do ano passado, após ter sido detido com cerca de 40 gramas de um produto que a GNR suspeitou ser cocaína, mas que as análises revelaram em novembro ser açúcar, quer que o juiz de instrução criminal seja afastado do caso.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o homem que foi libertado a 27 de janeiro, após oito meses em prisão preventiva, requereu esta terça-feira a recusa do magistrado. Num requerimento, o advogado do suspeito, João Peres, argumenta que o juiz demonstrou parcialidade no caso. Acusa-o também de ter praticado manobras dilatórias para ter mantido o arguido preso, após o Laboratório de Polícia Científica ter confirmado, em novembro, que o produto apreendido não correspondia a droga.
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Foi no final de tarde do passado dia 31 de maio que Manuel Lourenço Gomes, residente em Verín, Espanha, foi abordado pela GNR. No porta-luvas da carrinha Nissan que conduzia tinha um pacote embrulhado em prata com 39 gramas de pó branco. Os militares terão realizado um teste rápido numa farmácia local para verificar se se tratava de cocaína. No auto oficial da GNR, a que o JN teve acesso, pode ler-se que a substância reagiu positivamente ao teste de estupefaciente.
Manuel Lourenço Gomes terá logo alegado tratar-se de açúcar e que guardava o pacote por ser diabético para poder repor os níveis de glicemia em caso de crise. Porém, o suspeito tinha-se deslocado a Portugal para ver um amigo que estava, há vários meses, a ser investigado por militares da GNR no âmbito de um inquérito sobre uma rede de tráfico a operar em Trás-os-Montes.
Com a suposta droga e as ligações suspeitas a um indivíduo conotado com o tráfico, Manuel Lourenço Gomes foi colocado em prisão preventiva, após o primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Torre de Moncorvo. Foi colocado na cadeia de Bragança de onde saiu no final de janeiro, após o juiz de instrução ter alterado as medidas de coação.