O ministro das Infraestruturas, João Galamba, adiantou esta sexta-feira que será a comissão de vencimentos a deliberar a fixação de um bónus a Christine Ourmières-Widener, presidente executiva da companhia aérea portuguesa. O prémio só pode ser atribuído, caso o plano de reestruturação da TAP seja bem-sucedido.
"Como é sabido em 2021, houve um processo de recrutamento internacional e foi acordado um conjunto de condições. Depois, essas condições têm de ser ratificadas pela assembleia geral que delegou na comissão de vencimentos. A comissão de vencimentos, cumprindo o acordado, deliberou fixar a remuneração bruta, mas não fixou nesse momento o bónus por uma questão simples, porque o bónus está ligado ao êxito do plano de reestruturação da TAP", afirmou o governante aos jornalistas, em Castelo Branco.
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O montante do bónus poderá chegar aos três milhões de euros, de acordo com uma notícia avançada pelo "Jornal Económico", na noite de quinta-feira, que levantava dúvidas sobre a validade do respetivo prémio. O contrato assinado entre a TAP SGPS e Christine Ourmières-Widener, a que o periódico teve acesso, previa que o conteúdo passasse pela aprovação da assembleia geral da companhia aérea. João Galamba afirmou, esta sexta-feira, que a decisão será afinal da comissão de vencimentos.
"Não me cabe a mim pronunciar-me se o bónus é ou não exagerado. O Estado é pessoa de bem, cumpre o que foi acordado e é isso que vamos fazer. Cabe à comissão de vencimentos fixar o valor. Não o fez, porque o plano de reestruturação não estava aprovado", referiu o ministro das Infraestruturas.
O governante apontou que o bónus, "a ser pago", só o será em 2025 ou 2026. O plano de reestruturação da TAP, e cujos detalhes não são publicamente conhecidos, "está a correr bem", de acordo com João Galamba. "Antecipamos resultados que estavam previstos para 2025 e que, provavelmente, vão acontecer já em 2023", concluiu.