O presidente do Chega, André Ventura, acusou o PS de "estender um polvo enorme por Portugal" e, por isso, recandidata-se à liderança do partido para ser a "cura que combate o vírus mortal do Socialismo".
O primeiro discurso do líder no segundo dia da V Convenção do Chega, que se realiza até domingo em Santarém, serviu para Ventura definir os objetivos com que se candidata a mais um mandato à frente dos destinos do Chega. Mais do que ser Oposição, Ventura quer liderar um Governo e promete que isso vai acontecer, mais tarde ou mais cedo: "Que o teto me caia aqui em cima se nós não havemos de ser um dia líderes de um Governo".
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O líder do Chega apontou baterias ao Governo e ao PS, partido a que acusou de ter estendido "um polvo enorme por Portugal, das empresas públicas à Justiça, do topo do Estado às Forças Armadas", como "um vírus que passa pelo todo nacional". A cura, essa, é o Chega, afirmou: "Nasceu uma única cura e essa cura temos de ser nós, essa cura que combate o vírus mortal do Socialismo".
O presidente do Chega considera que não se recandidatar "seria uma cobardia política" e fê-lo pois tem condições para "melhorar os resultados" do partido nas eleições que se avizinham, concretamente para o Governo Regional da Madeira e para o Parlamento Europeu.
Não promete ficar à frente do PSD nessas eleições, mas sustenta que Portugal tem "uma Oposição com medo" que "não tem feito o trabalho", o que leva ao descrédito da política por parte de muitos portugueses a quem o Chega pretende dar voz. "Somos a voz do Portugal esquecido. Recandidato-me porque acho que ainda posso ser útil nessa tarefa, há um mar de gente a quem ainda temos de responder", justificou.
Segundo Ventura, esses portugueses não querem "um país que está sempre disponível para dar tudo a quem vem de fora, mas não dá nada a quem trabalhou uma vida inteira", numa comparação entre emigrantes e imigrantes. Daí que queira ser "porta-voz da esperança" de todos os que não aceitam "novos casos de corrupção todos os dias" e dos que não concordam com o protelar de investigações como a de José Sócrates ou com a forma como Ricardo Salgado alegou ter Alzheimer no processo judicial que enfrenta.
André Ventura é candidato único e vai ser reeleito ao final da tarde deste sábado. Tendo em conta que todos os opositores internos foram excluídos da Convenção devido à alteração do método de eleição dos delegados, o atual líder deverá atingir uma percentagem elevada dos votos.