O presidente do Chega, André Ventura, clarificou este sábado a posição do partido relativamente a alianças pós-eleitorais que venham a ocorrer em Portugal, garantindo que "o Chega nunca fará uma geringonça à Direita". Ou seja, nesse cenário, o Chega exigirá integrar um Governo do PSD para poder ser "responsabilizado" explicou.
"O mandato que me vai ser conferido hoje como presidente é o de contribuir para uma solução de Governo em Portugal, nunca com uma solução à açoriana", disse André Ventura, candidato único à liderança do partido, no âmbito da V Convenção do Chega, que termina domingo em Santarém.
Na Convenção, vários dirigentes e militantes mostraram que acreditam que o Governo de maioria absoluta do PS vai cair em breve, algo que o presidente da República e o primeiro-ministro já rejeitaram. Segundo Ventura, o presidente da República "tem pedido uma alternativa à Direita caso o PS não consiga governar" e "essa solução só tem duas hipóteses: ou o Chega não está, ou o Chega será parte desse Governo".
Questionado sobre o porquê de não aceitar um acordo de incidência parlamentar semelhante ao Governo de António Costa que ficou conhecido como geringonça devido ao apoio parlamentar do PCP e do BE, Ventura foi claro a dizer que o rejeita: "O Chega exige ser responsabilizado pelo Governo da República e não apenas deixar essa responsabilidade para o PSD, porque todos os anos que temos tido Governos do PSD não têm sido muito diferentes dos do PS".
Para o líder do Chega, Portugal tem de mudar "em áreas chave como a Justiça, a Segurança Social, a Administração Interna e a Educação". Apesar de as últimas sondagens colocarem o Chega perto dos 15%, colocam também o PSD próximo dos 30%. Ventura admite que existe "uma diferença significativa" para os social-democratas, mas promete que vai lutar "para ser o Chega a liderar esse Governo e não o PSD".