O magnata populista Andrej Babis, candidato à segunda volta das presidenciais na República Checa, anunciou, esta terça-feira, após uma ameaça de morte, o cancelamento de todas as ações de campanha até à abertura das urnas, na sexta-feira à tarde.
"Até às eleições já não terei qualquer campanha de contacto", disse Babis à imprensa, a dois dias do início do escrutínio, que decorre na sexta-feira à tarde e no sábado de manhã.
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A ameaça de morte anónima recebida por carta pelo candidato presidencial dizia: "Andrej, se ganhar as eleições presidenciais, agarro numa espingarda e faço a minha última caçada".
O autor da ameaça, que alegadamente sofre de cancro em fase terminal, considera que com esse ato de violência pode "tornar-se o herói" dos seus filhos e "garantir um futuro melhor" aos seus netos.
Na semana passada, Babis tinha já recebido um envelope intimidatório, com uma bala no interior e uma mensagem cheia de insultos dirigidos à sua mulher, Monika Babisova, que o acompanhou nas ações de campanha.
O multimilionário e ex-primeiro-ministro denunciou ainda a descoberta de cartuchos de bala num parque de estacionamento próximo da sua residência.
No país de 10,5 milhões de habitantes, membro da União Europeia (UE) e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), cerca de 8,5 milhões de eleitores escolherão o sucessor do social-democrata Milos Zeman na chefia do Estado, com o conservador general na reserva Petr Pavel como candidato favorito.
Será o seu quarto Presidente da República desde que a Revolução de Veludo derrubou o regime comunista na Checoslováquia, em 1989.