Um agente de polícia britânico de 48 anos que fazia segurança no parlamento e representações diplomáticas admitiu hoje um total de 24 violações e dezenas de agressões sexuais ao longo de um período de 17 anos.
David Carrick declarou-se culpado hoje no tribunal Southwark Crown Court, em Londres, das acusações de crimes contra 12 mulheres entre 2003 e 2020.
Em dezembro, o antigo soldado já tinha aceitado no tribunal da capital britânica 43 acusações relacionadas a 11 outras mulheres entre março de 2004 e julho de 2020.
Segundo a polícia, Carrick conhecia as vítimas em sites eletrónicos ou em lugares públicos, usando o estatuto de agente de segurança para conquistar confiança.
Algumas das mulheres foram abusadas durante anos, por vezes trancadas num pequeno armário debaixo da escada durante horas sem comida, chamadas de "escravas", controladas financeiramente e isoladas socialmente.
"Ele adorava humilhar as vítimas e usava habilmente a posição profissional para fazê-las perceber que era inútil pedir ajuda, porque nunca acreditariam nelas", revelou o inspector Iain Moor.
Carrick só foi detido em 2021 por uma acusação de violação, o que desencadeou uma série de outros testemunhos e denúncias.
"Em nome da Polícia Metropolitana, quero pedir desculpas às mulheres que sofreram nas mãos de David Carrick. Devíamos ter percebido identificado o comportamento e, como não o fizemos, perdemos oportunidades para o remover", lamentou a comissária adjunta, Barbara Gray.
Este caso surge apenas dois anos após o caso chocante de Sarah Everard, de 33 anos, que foi violada e morta de forma violenta por outro agente, Wayne Couzens, em março de 2021.
A Polícia Metropolitana de Londres diz estar agora a rever 1.633 casos que envolvem 1.071 dos seus funcionários acusados de violência doméstica ou crimes sexuais.