A guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista) desmentiu hoje a existência de qualquer acordo bilateral de cessar-fogo com o Governo da Colômbia.
"A delegação do ELN não discutiu com o Governo do [Presidente da República colombiano] Gustavo Petro qualquer proposta de cessar-fogo bilateral; não há, portanto, ainda qualquer acordo sobre esta questão", afirmou a organização rebelde num comunicado divulgado nas redes sociais e assinado pelo seu "comando central".
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No domingo, o Governo anunciou ter concluído um cessar-fogo "bilateral" de seis meses com os cinco principais grupos armados que atuam na Colômbia, entre os quais o ELN, com o qual está envolvido em novas negociações de paz.
"Declarámos várias vezes que o ELN só cumpre o que foi discutido e acordado à mesa de diálogo em que participámos. Um decreto unilateral do Governo não pode ser aceite como [constituindo] um acordo", sublinha na sua nota de imprensa a última guerrilha a ser formada como tal e ainda ativa no país latino-americano.
"Durante o último ciclo de negociações, que decorreu na Venezuela e terminou a 12 de dezembro, só o que foi anunciado (...) foi alvo de acordo", ao passo que "foram feitos ajustamentos à agenda e submetidos a avaliação, tanto do Presidente [Petro] como do comando central" do ELN, explicou o grupo de guerrilha.
A próxima ronda de negociações deverá realizar-se em breve, em data ainda a anunciar, no México, onde "foi acordado completar o ajustamento da agenda", ainda segundo o ELN.
"Quando tivermos concluído o que está previsto, estaremos prontos para discutir a proposta de cessar-fogo bilateral e analisar as condições que tornarão possível um acordo", acrescentou a guerrilha colombiana de extrema-esquerda, afirmando "interpretar" o anúncio do Governo "como uma proposta a ser considerada na próxima ronda" negocial.