O Supremo Tribunal do Irão confirmou a pena de morte decretada contra Mohammad B., acusado de ter ferido um agente das forças de segurança iranianas com uma faca.
Segundo o portal de notícias jurídicas do Irão, Misan, a sentença de sábado baseia-se no crime de "moharebé", traduzível como "fazer guerra a Deus" ou "fazer guerra a Deus e ao Estado", e ainda por ter ateado fogo num edifício público, durante os protestos que se seguiram à morte da jovem curda Mahsa Amini, a 16 de setembro de 2022.
Com mais esta sentença, são já mais de duas dezenas os condenados à pena capital na sequência das manifestações de protesto que se seguiram à morte de Amini, que sucumbiu a ferimentos aparentemente causados pela polícia dos costumes iraniana, que a tinha detido a 13 de setembro sob a acusação do uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.
Ativistas de direitos humanos denunciaram o processo sumário em que a pena de morte é aplicada aos manifestantes.
Nos casos em que as sentenças de morte são confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal, deixa de haver possibilidade de recurso.
Até agora, dois manifestantes, ambos de 23 anos, foram executados por envolvimento nos protestos, com a imprensa iraniana a estimar que mais de 20 aguardam pelas execuções.
Mais de 500 manifestantes morreram nos protestos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, que denunciam a dura repressão das autoridades.
No fim de semana, as forças de segurança reprimiram uma manifestação de protesto durante o funeral de um dos manifestantes que morreu na cidade curda de Javanrud, na província de Kermanshah (noroeste), próximo da fronteira com o Iraque.