A diplomacia portuguesa condenou, esta terça-feira, a decisão do regime talibã no Afeganistão de proibir as mulheres de trabalhar em organizações não-governamentais (ONG), alertando para as "consequências pesadas" na população daquele país.
"Portugal condena veementemente a decisão talibã de proibir as mulheres de trabalhar em ONGs, a qual se soma às restrições ao direito ao trabalho e à educação, apagando-as do espaço público", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
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Na mesma mensagem, o ministério tutelado por João Gomes Cravinho considerou que esta recente decisão do regime talibã "terá consequências pesadas para muitos afegãos que carecem de assistência", associando-se às críticas feitas por diversos países e organizações internacionais, incluindo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, condenou hoje o aumento das restrições dos direitos das mulheres no Afeganistão, pedindo ao regime talibã a sua reversão imediata.
Na semana passada, as autoridades talibãs suspenderam a educação universitária para mulheres, provocando indignação internacional e manifestações nas cidades afegãs, sobretudo depois de terem anunciado a exclusão de mulheres em atividades de organizações não-governamentais.
Pelo menos seis ONG anunciaram, até ao momento, a suspensão das respetivas atividades em território afegão.