Há centros de saúde da região Norte que estão a convocar os utentes para tomarem a vacina da gripe em dezembro, quando as orientações que receberam são para agendarem tudo até 30 de novembro.
Outros optaram por não agendar e ir vacinando à medida que os utentes aparecem. A segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe arranca hoje nos centros de saúde e farmácias de todo o país e espera-se uma adesão superior à dos anos anteriores. Há farmácias a reportar uma procura cinco vezes superior à de 2019.
A Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santo André de Canidelo, em Gaia, é uma das que está a chamar utentes que pertencem ao grupo de risco (mais de 65 anos) para dezembro. Em concreto para 3 e 9 de dezembro, como relataram ao JN duas famílias. Mas não é caso único: há relatos de problemas idênticos em Matosinhos.
O JN não conseguiu contactar as unidades em causa porque não atendem os telefones, mas a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) esclareceu que as orientações foram no sentido de as marcações serem feitas até 30 de novembro. E assegurou que iria tomar medidas para pressionar o cumprimento das mesmas.
Farmácias com 500 mil
No Agrupamento de Centros de Saúde Porto Ocidental, a maior parte das equipas de saúde familiar não estão a agendar a vacinação para a gripe. "À medida que as pessoas chegam, vacinamos, desde que haja vacinas disponíveis", explica Maria José Ribas, presidente do Conselho Clínico do Aces Porto Ocidental. A responsável assume que a opção foi tomada por causa da elevada procura.
"Antes agendávamos data e hora, mas como este ano o volume de pedidos é muito superior, não estamos a agendar", afirma. Maria José Ribas admite que possa haver "enchentes" nos primeiros dias, mas garante que as unidades estão a preparar-se para isso. Estão criados circuitos separados e espaços próprios para a vacinação e haverá equipas dedicadas a esta tarefa. "Se for necessário, vão trabalhar também ao sábado. Desde que haja vacinas, vacinamos", sublinha.
Este ano, por causa da pandemia de covid-19, o contingente de vacinas que chegará a Portugal é superior ao de anos anteriores, num total de 2,5 milhões de doses, das quais dois milhões para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 500 mil para venda nas farmácias.
Do contingente do SNS, há 150 mil vacinas que serão administradas nas farmácias, aos doentes com mais de 65 anos, nas mesmas condições do que nos centros de saúde. O projeto resulta de uma parceria entre as associações do setor e municípios, que vão assumir os custos da administração. Os concelhos do Porto e de Gaia, entre outros, já aderiram ao programa "Vacinação SNS Local"