As quatro rotas da TAP criadas no aeroporto do Porto "são neste momento um prejuízo", disse o ministro Pedro Nuno Santos. O autarca do Porto reage dizendo que "são boas notícias". "Pare com elas", sugere Rui Moreira, assim, Lisboa fica com a TAP "sem o prejuízo do Porto" e para o país "a TAP deixa de nos custar dinheiro".
"Pelos vistos, são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo à TAP. As rotas de Lisboa darão lucro." É assim que Rui Moreira começa por reagir às declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação. Pedro Nuno Santos afirmou, na quinta-feira, numa audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, que as quatro rotas criadas no aeroporto do Porto, para Amesterdão, Milão, Zurique e Ponta Delgada estão com "46% da lotação em média" e são "neste momento um prejuízo para a TAP".
Num "post" na rede social Facebook, sob o título "As boas notícias da TAP", Rui Moreira é assertivo: "A nova rota Lisboa/Bilbau deve ser um 'must' em termos de rentabilidade e importantíssima para uma estratégia nacional. Promover visitas ao Gugenheim basco é 'top'".
O autarca do Porto explica porque "são boas notícias": "Se são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo, pare com elas. Mas, por favor, incorpore a TAP na Carris ou na muito rentável Soflusa. Nós não nos importamos, havemos de encontrar uma solução".
E acrescenta: "Para Lisboa é óptimo: fica com a TAP que, sem o prejuízo do Porto, deixa de ser um perdócio. Para o resto do país - para a província em que alegremente nos incluímos - é uma maravilha, porque a TAP deixa de nos custar dinheiro".
Na audição de quinta-feira no parlamento, Pedro Nuno Santos revelou ainda que está a ser estudado o reforço da frota da TAP Express/Portugalia, para operar, a partir de Porto e Faro, para outros aeroportos da Europa, em "ligações ponto a ponto", para tentar que a TAP seja "mais competitiva", nomeadamente face às companhias aéreas "low-cost".
No futuro, "queremos uma TAP sustentável que possa manter a sua estratégia como 'hub' e reforçar no ponto a ponto", adiantou o governante, salientando que está a ser avaliado se é possível combinar as duas estratégias.
Pedro Nuno Santos garantiu ainda que tinha "uma boa relação com o governo regional da Madeira" e destacou o papel da TAP nos voos para as ilhas, realçando que "se fosse fácil fazer se preços mais baixos na ligação às regiões autónomas, havia mais companhias a fazer".
O ministro rejeitou ainda que fosse possível apoiar todo o setor da aviação, tendo em conta os valores elevados envolvidos.
Quanto ao plano de reestruturação para a empresa, que está a ser elaborado pela Boston Consulting Group (BCG), o governante realçou que a decisão final cabe aos acionistas e que este trabalho é de assessoria.