Universidades e politécnicos, litoral e interior. Todos ganham na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso.
Consulte aqui a lista dos resultados de acesso à 1.ª fase do Ensino Superior
Num ano excecional, resultados excecionais. Na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) , cujos resultados são hoje conhecidos, foram colocados 50.964 estudantes, o valor mais alto de sempre (mais 15% face ao ano passado). A que não é alheio o facto de nunca terem sido abertas tantas vagas como neste ano - mais de 56 mil. Resultado? Todos parecem ganhar.
Desmontando os dados, 50,5% dos candidatos ficaram colocados na sua 1.ª opção. Tanto universidades como politécnicos ganharam mais alunos - mais 12% e 18%, respetivamente -, com as primeiras a absorverem 60% do total. Tanto o interior como o litoral saíram vencedores. As instituições localizadas em regiões com menor pressão demográfica viram o número de alunos subir 20% e Lisboa e Porto 15%.
As "capitais" do ensino recuperam assim da perda de 0,1% verificada em 2019 - e por decisão governamental -, à custa das vagas que puderam alocar à 1.ª fase por via das sobrantes dos concursos especiais (mais 4700). Uma medida única, tomada pela tutela, e que tem a pandemia como explicação: retidos os internacionais, e subindo a procura pelos nacionais, as vagas não ocupadas pelos primeiros passaram para os segundos.
Também a pandemia, que veio alterar o acesso ao Superior em todo o Mundo - na sequência de fecho de escolas, flexibilizando-se os exames de ingresso -, explica a subida das notas de entrada, num acréscimo médio superior a 0,5 valores.
Tal como no ano passado, as três escolas de Enfermagem e o Instituto Superior Técnico de Lisboa preencheram todas as vagas postas a concurso. Contas feitas, sobraram para a 2.ª fase do CNAES, que amanhã arranca, 6050 vagas, a que se somarão todas as que fiquem desertas nos concursos especiais e que as instituições queiram transferir, garante ao JN o ministro do Ensino Superior.
Não menos importante, destaca Manuel Heitor, o aumento de 30% (o dobro de 2019) de colocados nos cursos que concentram os melhores alunos. Em Lisboa e Porto, por certo. "Com estes números, e somando todas as vias de ingresso e o ensino privado, pela primeira vez, devemos ter 95 mil novos estudantes". Apelando, agora, a universidades e politécnicos que "acompanhem muito de perto este aumento".