Espanha registou esta terça-feira 10 799 novos casos de covid-19, mais de um terço deles em Madrid, elevando para 682 267 o número total de infetados até agora, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.
Por outro lado, o país contabilizou mais 241 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 30 904.
Madrid continua a ser a comunidade autónoma com o maior número de infeções, tendo registado mais 3652 casos do que o número notificado na segunda-feira.
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas 949 pessoas, das quais 281 em Madrid, 114 na Catalunha, e 110 na Andaluzia.
Há em todo o país 10 629 pessoas hospitalizadas com a doença, das quais mais de um terço, 3779, em Madrid, e 1348 pacientes estão em unidades de cuidados intensivos.
A área metropolitana de Madrid é desde o início do corrente mês, assim como foi na primavera, o epicentro da pandemia em Espanha, um dos países europeus mais duramente atingidos pelo Covid-19.
O Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, apelou esta terça-feira à população de Madrid para limitar os seus movimentos e contactos ao "essencial", a fim de travar a propagação da epidemia de Covid-19.
O presidente da câmara municipal, José Luis Martínez-Almeida, também recomendou esta terça-feira que a população de Madrid "saia o menos possível", tendo em conta a situação "preocupante" que a cidade vive devido à pandemia e instou os cidadãos a seguir as instruções das autoridades sanitárias.
Estas declarações foram feitas numa altura em que quase um milhão de pessoas na capital espanhola e arredores estão sujeitas a restrições rigorosas dos seus movimentos durante duas semanas desde a manhã de segunda-feira.
As mais de 850 mil pessoas atingidas (de um total de 6,6 milhões de habitantes na região) estão proibidas de sair da sua zona de residência, exceto por razões muito específicas: para ir trabalhar ou estudar, para visitar um médico, para responder a convocação jurídica ou para cuidar de pessoas dependentes.
Entretanto, o Governo socialista espanhol apresentou esta terça-feira um projeto de lei que impede as empresas de imporem o teletrabalho, que aumentou muito desde o início da pandemia, e terão de cobrir os custos relacionados com a atividade.
"Nem o trabalhador nem a empresa poderão impor o princípio do trabalho à distância", cuja recusa não pode ser utilizada como motivo de despedimento, disse a ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, do partido de extrema-esquerda Unidas Podemos, parceiro minoritário do Governo liderado pelo Partido Socialista Operário Espanhol.
Estes direitos aplicar-se-ão aos empregados que trabalham em casa pelo menos 30% do tempo, ou seja, um dia e meio por semana, durante pelo menos três meses.
As empresas terão de pagar os custos de "equipamento, ferramentas e consumo ligados à realização da atividade" à distância, explicou o executivo num comunicado de imprensa.