FC Porto com prejuízo recorde de 40,7 milhões de euros
"Foi um ano atípico. O Campeonato do Mundo trouxe sérios reflexos para as contas, porque atrasaram as transferências de Mangala e Defour. E os resultados desportivos anormais também tiveram influência nas contas", disse Fernando Gomes. Segundo o responsável pela área financeira da SAD, as vendas do francês e do belga geraram mais-valias de 25 milhões de euros, mas só serão contabilizadas no próximo exercício. No entanto, o FC Porto também contratou depois de 30 de Junho, o que pesará igualmente nas contas.
Outro factor apontado pelo responsável portista para o resultado negativo foi o falhanço no apuramento directo para a Liga dos Campeões, pelo que a receita da entrada na fase de grupos (mais o play-off), cerca de 10 milhões de euros, só será tida em conta em 2014-15. "São 35 milhões que já estão garantidos no próximo exercício", sublinhou Fernando Gomes.
Depois de no período homólogo anterior, as tranches dos pagamentos das vendas de jogadores terem rendido um total de 76,5 milhões de euros, neste exercício esse valor baixou para 23,9 milhões. De acordo com esta tendência, os resultados operacionais, que em 2012-13 foram positivos em 31,8 milhões, foram agora negativos em 25,8 milhões.
A 30 de Junho de 2014, a SAD portista tinha um capital próprio negativo de 28,5 milhões, o que traduz uma situação de falência técnica. Fernando Gomes diz que esta situação é resolvida com o aumento de capital de 37,5 milhões de euros aprovado recentemente, uma medida também motivada para cumprir os requisitos de fair-play financeiros da UEFA.
O FC Porto apresenta também um cash-flow operacional baixo, de 1,8 milhões. Depois de um ano de recuperação, o passivo voltou a aumentar (de 220 para 233 milhões), enquanto o activo diminuiu (de 227 para 200 milhões).
O exercício mais positivo da SAD "azul e branca" foi o de 2003-04, época em que o clube se sagrou campeão europeu. Nesse período, o FC Porto apresentou um resultado líquido positivo de 24,8 milhões de euros.