A ex-secretária de Estado Jamila Madeira, que se manifestou "surpreendida" com a sua exoneração do Governo, salientou que vai continuar na vida política e que sai do executivo com contas positivas no Serviço Nacional de Saúde.
Jamila Madeira falava aos jornalistas no Palácio de Belém, no final da breve cerimónia de posse de cinco novos secretários de Estado, após uma remodelação feita pelo primeiro-ministro que abrangeu os ministérios da Educação, Saúde, Infraestruturas e Habitação, e Mar.
"Volto para a Assembleia da República. O meu papel na vida política e partidária continua", declarou a antiga líder da Juventude Socialista, que foi também eurodeputada e dirigente do PS sob a liderança de António José Seguro.
Jamila Madeira abandonou as funções de secretária de Estado Adjunta e da Saúde, cargo que passa agora a ser desempenhado por António Lacerda Sales, que sobe assim na hierarquia da equipa liderada pela ministra Marta Temido.
Para a equipa do Ministério da Saúde, entrou também como novo secretário de Estado Diogo Serras Lopes, até aqui vice-presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde e que foi assessor para as questões económicas no gabinete do primeiro-ministro, António Costa.
Perante os jornalistas, Jamila Madeira procurou transmitir a ideia de que cessa funções num momento em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresenta resultados financeiros positivos.
É com orgulho que saio num momento em que podemos dizer que terminou o mito do SNS ser um buraco sem fundo
"Após este quase um ano de mandato nas funções de secretária de Estado Adjunta e da Saúde, gostava de dizer que é com orgulho que saio num momento em que podemos dizer que terminou o mito do SNS ser um buraco sem fundo", afirmou.
De acordo com a ex-secretária de Estado, "pela primeira vez", a meio de setembro, "os números da conta do SNS demonstram a sua sustentabilidade [financeira], algo tão importante para os portugueses".
"Esse resultado só é possível com o investimento colocado pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro [António Costa] e com uma gestão criteriosa que foi desenvolvida durante este mandato", frisou.
Esta quinta-feira de manhã, numa mensagem que enviou à agência Lusa, Jamila Madeira salientou que não pediu para abandonar o Governo e manifestou-se "surpreendida" com a sua saída do cargo "por opção" da ministra Marta Temido.
"Não pedi para sair e naturalmente fiquei muito surpreendida com a opção da senhora ministra da Saúde [Marta Temido]. Mas saio de consciência tranquila de missão cumprida com a certeza de que fiz tudo o que estava ao meu alcance num ano particularmente inédito", escreveu Jamila Madeira.