Milhares de pessoas, simpatizantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, marcharam em Caracas contra a decisão dos Estados Unidos de congelar todos os ativos do Governo e contra o "bloqueio" económico, comercial e financeiro ao país.
A manifestação ocorreu no centro da capital venezuelana, entre Parque Carabobo e o Panteão Nacional, onde foram também assinalados os 200 anos da Batalha de Boyacá, que representou o fim do domínio espanhol sobre a Nova Granada, atual Colômbia.
A marcha foi convocada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e os manifestantes, vestidos de vermelho, empunharam cartazes e disseram palavras de ordem como "Yankees Go Home" (americanos vão para casa, numa tradução livre) e "Hands off Venezuela" (tirem as mãos da Venezuela).
Vários manifestantes disseram aos jornalistas que condenavam as sanções e o bloqueio, e acusaram os EUA de pretender afastar Nicolás Maduro do poder devido às riquezas petrolíferas do país.
"O presidente Nicolás Maduro conta com o nosso apoio, tem-nos demonstrado amor. Se fosse outro, já teria entregado a pátria, já se teria ido (deixado o poder)", explicou Mariela Barrero ao canal de televisão estatal VTV.
Já José Palma referiu que os venezuelanos querem "ser livres" e que "a pátria defende-se e leva-se no coração".
Segundo o presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), as medidas contra Caracas são "um ato de genocídio" de um governo estrangeiro que "está enganado" se pensa que será fácil invadir a Venezuela.
"Aqui os esperamos. Vamos fazer a vida impossível a qualquer força militar que ponha um pé na Venezuela. Faremos a vida impossível até expulsá-los daqui", assegurou Diosdado Cabello.
Os Estados Unidos congelaram todos os ativos do Governo venezuelano, uma decisão anunciada pela Casa Branca na segunda-feira que traduz uma escalada das tensões com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A proibição aos norte-americanos de efetuarem quaisquer negócios com o Governo da Venezuela também entrou em vigor imediatamente.
Segundo o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, a decisão de Washington "põe em risco os processos petrolíferos da Venezuela", ao dificultar "a importação de partes e peças" e a obtenção de diluentes e o transporte internacional.
No entanto, Jorge Arreaza garantiu que a Venezuela continuará "firme" na construção de novos caminhos alternativos. "Perante estes ataques já estamos preparados. Criámos caminhos alternativos porque não cederemos perante nenhuma situação", assegurou.