Para caminhar, correr ou andar de bicicleta, muitos recorrem agora ao novo passadiço, que liga o Parque Urbano de Rio Tinto, em Gondomar, ao Parque Oriental do Porto.
De bicicleta, a caminhar ou a correr. No novo passadiço que liga o Parque Urbano de Rio Tinto, em Gondomar, ao Parque Oriental do Porto, em Campanhã, o primeiro fim de semana foi de enchente. E de especial satisfação para aqueles que, com o passar dos anos, assistiram ao degradar do rio Tinto, curso de água que agora está novamente limpo.
Antes do novo passadiço, era no parque de Gramido, em Gondomar, que Mário Silva costumava passear a cadela Duda. "Acho que está bastante agradável. E ficava ainda melhor se a meio do caminho houvesse uma pia com água para os animais", sugere o visitante. A verdade é que, logo nas primeiras horas de maior calor, ao final da manhã, há animais que arranjam solução. Na entrada do Parque Oriental do Porto, há um tanque onde os cães aproveitam para mergulhar.
Depois, seguem caminho. E, ao longo dos 6,5 quilómetros, cruzam-se com as muitas famílias que aproveitam para fazer exercício físico logo pela manhã.
Espaço renovado
Gaspar Joaquina, 36 anos, cresceu em Rio Tinto. Atualmente, vive com a família em Santa Maria da Feira mas, de visita à terra, faz questão de ir até ao passadiço, com a mulher, Catarina, e o filho, Gustavo. "Lembro-me bem do estado em que estava o rio. Aliás, não me lembro de ele ser "Tinto", mas lembro-me de ser esbranquiçado", diz, referindo-se à sujidade que antes caracterizava aquele curso de água. Agora, num espaço renovado e já com o rio limpo, a manhã promete ser agradável. "E é ótimo porque as pessoas podem vir de metro e deixar o carro em casa", completa Gaspar. Aos seis anos e ao volante de uma bicicleta, é o filho, Gustavo, que vai na frente, "em primeiro lugar".
Habituadas a andar a pé na linha de metro e na Avenida da Conduta, em Fânzeres, Cândida Oliveira e Isabel Morais quiseram experimentar o novo percurso, que consideram estar "muito bonito". Mas as amigas garantem que a qualidade do espaço vai melhorar. "Há aqui muitas árvores pequeninas. Quando crescerem, com a sombra que vão criar, o passadiço vai ficar ainda melhor", explica Cândida.
Brincava à beira dos moinhos e ia às enguias. Agora, o rio já está limpinho
Mas, se uns procuram o passadiço para fazer exercício físico, outros vão até lá graças à curiosidade e à ligação afetiva que têm com aquele lugar. É o caso de Maria Antónia Costa, 77 anos, e António Pinto, 81 anos. Com saudade, Maria Antónia relembra os tempos de infância, em que muitas das brincadeiras aconteciam nas margens do rio Tinto. "Brincava à beira dos moinhos e ia às enguias. Agora, o rio já está limpinho", comenta, acrescentando que, para as pessoas com mais idade, o caminho ficaria "melhor" se existissem "bancos para descansar".
Adeptos de grandes percursos, Rui Silva e Fernanda Rodrigues já perderam a conta aos quilómetros que têm feito. Por isso, para o casal, o passadiço que liga o Parque Urbano de Rio Tinto ao Parque Oriental do Porto "é canja". De tal modo que, na companhia dos amigos, Irene e Henrique Cardoso, arriscam não uma, mas duas voltas no passadiço. "É um espaço de requinte, bem cuidado e com o rio despoluído. Está lindíssimo", afirma Henrique.
Uns metros à frente, há quem viva um momento especial. Daqueles que não se esquecem. Bruno Sousa e Patrícia Silva, de 40 anos, passeiam com os filhos, André e Carolina, de cinco e um ano, respetivamente. Ao volante da bicicleta, André passa sorridente. E, à boleia do pai, que conduz uma bicicleta equipada com uma cadeirinha, Carolina dá o primeiro passeio em duas rodas. "É a primeira vez que anda de bicicleta e está a gostar", alegra-se a mãe.