Pedro Daniel Ribeiro confessou crime e má relação de longa data com o progenitor. Juiz decreta prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Terá sido na sequência de uma violenta discussão que Pedro Daniel Ribeiro, de 16 anos, agarrou numa machada e desferiu três golpes na cabeça do pai, provocando-lhe a morte. De seguida, com o objeto espetado na testa do progenitor, contactou a mãe e foram avisados os bombeiros e a emergência médica. Não a tempo de evitar o pior.
Interrogados o filho e a mãe em separado pela Polícia Judiciária (PJ) de Braga, o jovem acabaria por confessar o crime, explicando os seus contornos dentro da habitação, na Rua da Escola, em Pereira, Barcelos. Levado sábado a interrogatório, o juiz de instrução criminal de turno no Tribunal de Fafe decretou que Pedro Daniel ficará em prisão preventiva até haver condições, na sua casa, para ser sujeito a prisão domiciliária com controlo de pulseira eletrónica.
De acordo com informação recolhida pelo JN, aos investigadores da PJ de Braga o suspeito terá explicado que mantinha uma má relação com o pai, emigrante, desde há longa data. E que no dia do crime aconteceu uma violenta discussão que acabou em tragédia.
Tudo indica que o homicídio não foi premeditado e resultou de um impulso de momento. A machada terá sido utilizada como arma por ser um objeto contundente que, naquele momento, estava ao alcance do arguido. A vítima ficou atravessada na cama com a lâmina da machada cravada na testa.
Àquela hora de sexta-feira, a mãe de Pedro Daniel Ribeiro encontrava-se a trabalhar numa empresa têxtil situada a dois quilómetros de casa, pelo que nada teve a ver com o crime.
Chegou de França
Adélio Longras Ribeiro, 52 anos, tinha chegado de França no dia anterior. Era lá que estava emigrado há vários meses, trabalhando como calceteiro.
Após ter ligado à mãe, Pedro Daniel foi pedir ajuda a uma vizinha. Naquela hora, ainda era aventada a versão, sem mais explicações, de que o pai fora encontrado pelo filho naquelas condições. Ana ainda viu o corpo de Adélio Ribeiro na cama. "O miúdo veio chamar por mim, porque foi a mãe que lhe disse para me chamar. Quando entrei no quarto, ainda o vi a respirar. Eu tinha estado com ele era quase meio-dia, e parecia estar tudo bem", descreveu a mulher ao JN.
Foram detetados pelo menos três golpes na cabeça da vítima, o que afastaria, em princípio, a tese de suicídio. Restava explorar a hipótese de intervenção da família direta, o que aconteceu em interrogatórios separados e mediante reconstituição dos factos na casa. O filho acabou por confessar o sucedido à PJ, o que levou à sua detenção.