O presidente da Câmara de Soure disse, esta quinta-feira, que mandou retirar as golas antifumo distribuídas em 12 aldeias daquele concelho do distrito de Coimbra, quando soube que não ofereciam proteção aos utilizadores.
"Já comuniquei a todos os oficiais de segurança das aldeias, a começar por aquela que simbolicamente é muito importante para nós, que é Brunhós, para que as pessoas sejam aconselhadas a não usar as [golas] que estejam distribuídas e usarem-nas para outros fins e não para esse [de proteção]", disse aos jornalistas o autarca Mário Nunes, relativamente à manchete da edição impressa desta sexta-feira do JN, que dá conta de que a Proteção Civil entregou milhares de golas antifumo, fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, às "Aldeias Seguras".
Mário Nunes assegurou que aquando da implementação do programa no seu município "foi dito que era material de proteção contra a inalação de fumo" e não material de 'merchandising' e que foram distribuídas cerca de 50 golas.
"É evidente que contra a inalação de fumo há outros materiais muito mais eficazes e que também existem já distribuídos pelas aldeias, como são as conhecidas máscaras usadas até para a aplicação de produtos fitossanitários [na agricultura]. Essas sim, têm um grau de eficiência muito maior. Mas não foi dito às pessoas - e devia ter sido - qual a composição do têxtil daquele equipamento e que não devia ser usado em caso de incêndio, em caso de uso específico de incêndio", observou.
Mário Nunes adiantou que há "outros materiais [de proteção antifumo] que estão a ser aconselhados, como as camisolas 100% algodão", cujo uso está a ser indicado pela Câmara Municipal que lidera aos oficiais de segurança das aldeias envolvidas.
Em declarações à margem de uma entrega de armamento à GNR, cerimónia na qual participou Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, Mário Nunes afirmou que "o material de 'merchandising' deixa manchada uma boa ideia [o programa Aldeia Segura - Pessoas Seguras]" e alertou para a necessidade aprofundar "muito mais" a certificação do equipamento "que se distribui e usa".
"Lamento que tenha acontecido. Presumo que, às vezes, no meio da boa vontade, isso acontece com quem decide. É um facto lamentável, felizmente que as nossas, distribuídas o ano passado no programa Aldeias Seguras que está implementado em todas as 10 freguesias do concelho, não foi necessário até hoje usar nenhuma", frisou o autarca.
Mário Nunes acrescentou que também "não houve acidente ou incidente com nenhum utilizador [da gola antifumo] a nível nacional".