Alunos tinham câmaras para filmar perguntas e recebiam respostas por auricular.
Foi condenado a dez anos de cadeia o mentor de um elaborado esquema de fraude nos exames teóricos para obtenção de carta de condução, no centro de exames do Automóvel Club de Portugal, no Porto.
O acórdão para os 132 arguidos no processo, incluindo várias escolas de condução e respetivos proprietários, além de examinadores, foi lido na tarde desta segunda-feira, nas instalações dos bombeiros voluntários de Valadares, para onde o coletivo de juízes do Tribunal de S. João Novo, do Porto, teve de se deslocar dado o número de arguidos.
Para assegurarem que passavam no exame, os candidatos, que pagavam entre mil e cinco mil euros, tinham microcâmaras escondidas nos botões da roupa a captar as questões dos exames teóricos do Código de Estrada que surgiam no monitor. Essas imagens eram transmitidas para o exterior e visionadas por alguns dos arguidos que, depois, forneciam as respostas corretas aos examinandos, através de auriculares.
Em causa, segundo a acusação, terão estado 150 provas, realizadas entre 2013 e 2015, até o esquema ser desmantelado pela Polícia Judiciária, na denominada operação "Megahertz".