O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou-se esta quinta-feira "altamente preocupado" com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China devido ao efeito negativo que pode ter nas economias a nível mundial.
"A primeira consequência será a diminuição do crescimento económico no mundo", realçou Juncker numa conferência de imprensa na cidade eslovena de Brdo pri Kranju, a noroeste de Liubliana.
O presidente da Comissão Europeia considerou "desnecessárias" as tensões comerciais que Washington e Pequim mantêm há meses, com a crescente imposição de taxas de importação por ambas as partes.
A situação tem gerado preocupação sobre o seu impacto na evolução da economia global e, em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em dois décimos a sua previsão sobre o crescimento mundial para 3,3%.
"Estou altamente preocupado com este desenvolvimento. Se estas duas partes (EUA e China) não conseguirem levar a bom termo este conflito, que não é necessário, não é bom para o comércio, para o intercâmbio, para o desenvolvimento social também neste continente e no resto do mundo", indicou Juncker.
Jean-Claude Juncker fez estas declarações à margem da reunião "Iniciativa dos Três Mares" (Adriático, Báltico e Negro) destinada a promover projetos de infraestruturas e energia nos países da Europa Central, no Báltico e nos Balcãs.
Os Estados Unidos e a China travam, desde o verão passado, uma guerra comercial e tecnológica que se tem vindo a agravar.
Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro.
Washington colocou ainda a gigante chinesa das telecomunicações Huawei numa lista negra, que restringe as empresas dos EUA de fornecer 'chips', semicondutores, software e outros componentes, sem a aprovação do Governo.
Pequim retaliou com taxas adicionais sobre 60 mil milhões de dólares em bens produzidos nos EUA, que entraram em vigor no inicio de junho, e ameaçou estabelecer a sua própria lista de "entidades não confiáveis", que integraria empresas e particulares estrangeiros.