O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou hoje que a Macedónia do Norte está "pronta para o próximo passo", que é aderir à União Europeia (UE), dado o "impressionante caminho" de reformas feitas no país.
"A nosso ver, a Macedónia está pronta para o próximo passo e é por isso que propusemos ao Conselho que retome as negociações" para a adesão à UE, declarou o líder do executivo comunitário.
Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, após ter recebido na sede da Comissão Europeia o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Zoran Zaev, Jean-Claude Juncker destacou o "impressionante caminho de reformas profundas" no país, nomeadamente em áreas como a administração pública ou questões como a luta contra a corrupção e o crime organizado.
"Estamos orgulhosos dos progressos que a Macedónia do Norte fez, especialmente nos tempos mais recentes", referiu o responsável europeu, congratulando Zoran Zaev e o país "pelos passos históricos dados e pela coragem que foi precisa para os dar".
Em causa está, desde logo, a resolução de uma disputa, com a Grécia, "que parecia impossível" relativa à designação do país.
"Eu disse, claramente, em 2018 que nenhum país se iria juntar à UE sem ultrapassar as suas disputas bilaterais. A Macedónia do Norte fê-lo e outros na região também o devem fazer. A Macedónia do Norte é um exemplo para os outros países", vincou Jean-Claude Juncker.
Na semana passada, a Comissão Europeia recomendou ao Conselho que retome as negociações para adesão da Albânia e da Macedónia do Norte à UE, por considerar que estes países "alcançaram resultados concretos" nos requisitos estipulados para a integração.
"Os Balcãs Ocidentais fazem parte da Europa e farão parte do futuro de uma UE mais forte, estável e unida. Foi um ano de mudanças positivas em toda a região, com a Albânia e a Macedónia do Norte a mostrarem forte determinação em avançar no caminho da UE e a alcançarem resultados concretos e que devem ser irreversíveis", assinalou em comunicado divulgado na altura a Alta Representante da União para a Política Externa, Federica Mogherini.
A agora rebatizada Macedónia do Norte e a Albânia juntam-se, assim, às antigas repúblicas jugoslavas da Sérvia e Montenegro na lista dos países dos Balcãs Ocidentais que parecem estar mais perto de cumprir todos os requisitos para a adesão à UE, após o qual se poderão juntar às vizinhas e já membros Eslovénia e Croácia.
Caberá, agora, ao Conselho considerar as recomendações da Comissão e tomar decisões sobre os próximos passos.
Jean-Claude Juncker adiantou que "haverá um primeiro debate" no conselho de Negócios Estrangeiros deste mês e adiantou que "a intenção da Comissão é haver uma decisão tomada assim que possível".
Enquanto a Macedónia do Norte é candidata à UE desde 2005, a Albânia pediu para aderir em 2014.
Entre os outros países dos Balcãs Ocidentais candidatos à UE estão Montenegro (2010), Sérvia (2012), a Bósnia-Herzegovina (2016) e o Kosovo (2016).
A estas acrescem negociações com a Turquia, que arrancaram em 2005.