Um ex-militar israelita, exilado na Colômbia e suspeito de criar e gerir uma rede internacional de tráfico de pessoas, prostituição e turismo sexual, foi detido esta quarta-feira em Oeiras.
A detenção de Assi Moosh foi concretizada pela Polícia Judiciária com a colaboração da Guardia Civil espanhola e a Polícia Nacional da Colômbia. O detido, de 45 anos, era procurado pela Interpol desde 2018 e considerado como extremamente perigoso.
Segundo um comunicado da Guardia Civil, o homem estabeleceu-se na Colômbia em 2009, onde montou uma das maiores redes de prostituição daquele país. É também suspeito de gerir uma rede de tráfico de pessoas para exploração sexual, incluindo menores, camuflada de negócios turísticos. Ainda colaboraria com organizações de tráfico de drogas e branqueamento de capitais e é suspeito de homicídio agravado.
Estaria a criar rede Ibérica
Assi Moosh tinha sido expulso da Colômbia em 2017 e já havia sido visto em Barcelona e Ibiza. Segundo as autoridades colombianas, era muito provável que o homem estivesse a montar em Portugal e Espanha uma organização criminosa similar à que tinha sido desmantelada na Colômbia.
O suspeito já tinha sido detetado em Ibiza e depois em Barcelona, tendo sido gravado por uma câmara de vigilância. O rasto conduziu a investigação até Oeiras, onde viria a ser localizado quando se preparava novamente para mudar de residência. Foi detido com a sua parceira e na posse de documentação israelita falsa.
Tudo incluído: alojamento, drogas e prostitutas
Assi chegou à Colômbia em 2009 e tomou conta de um hotel em Taganga, Cartagena das Índias. O hotel era muito procurado por turistas israelitas para pacotes de "tudo incluído": alojamento, drogas e prostitutas, algumas menores de idade.
O complexo hoteleiro converteu-se num autêntico "bunker" e Assi Moosh era rotulado pela imprensa local de "O Intocável" ou o "Demónio de Taganga", numa alusão à cumplicidade que teria com políticos e autoridades policiais.
A organização foi alvo de uma operação por parte da polícia colombiana em dezembro de 2018 que resultou na detenção de cinco pessoas e na apreensão de 12 imóveis avaliados em 16 milhões de euros.