O presidente dos Estados Unidos declarou "emergência nacional" e emitiu uma ordem a proibir empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações de empresas estrangeiras consideradas de risco.
Este decreto presidencial afeta nomeadamente o gigante chinês de telecomunicações Huawei.
A ordem autoriza o Departamento do Comércio a impedir negócios que envolvam tecnologias desenvolvidas por "adversários estrangeiros" que a Casa Branca considera que estão a explorar vulnerabilidades nos serviços e infraestruturas tecnológicas de informação e comunicação dos Estados Unidos da América para espionagem ou sabotagem.
O decreto presidencial dá 150 dias ao Departamento de Comércio para levar a cabo a medida, estabelecendo as proibições.
Na prática, esta ordem presidencial agudiza a batalha sobre o controlo das redes de telecomunicações 5G.
Os Estados Unidos lideram uma campanha global para impedir que as companhias chinesas, como a gigante Huawei, fiquem com o controlo das redes 5G, que permitem navegar pela internet com mais velocidade e podem facilitar o desenvolvimento de veículos autónomos e técnicas para realizar cirurgias por controlo remoto.
Também na Europa há países preocupados com a entrada do investimento chinês na União Europeia, designadamente no desenvolvimento das redes 5 e 5G.
Anteriormente, questionadas sobre a possibilidade de Washington tomar esta decisão, as autoridades de Pequim consideraram um abuso de poder dos EUA com o objetivo de afastar as empresas chinesas do livre jogo da concorrência.
Geng Shuang, um porta-voz da diplomacia chinesa, acusou Washington de recorrer ao "pretexto da segurança nacional" para impedir que as empresas chinesas invistam e ganhem mercado nos Estados Unidos.
A tensão comercial entre os Estados Unidos e a China tem-se agudizado.
Na passada sexta-feira, Washington começou a aplicar uma nova subida das taxas alfandegárias sobre bens importados da China, sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (cerca de 178 mil milhões de euros). Em retaliação, Pequim anunciou um aumento das taxas alfandegárias sobre 60.000 mil milhões de dólares de bens importados dos EUA.