Marcelo Rebelo de Sousa garantiu esta quinta-feira que nunca falou com o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) sobre o furto de Tancos, ao contrário do que chegou a prometer.
"Nunca aconteceu isso até hoje. E, olhando para trás, provavelmente foi sensato não ter acontecido", disse.
Falando aos jornalistas à chegada à Fundação Gulbenkian, em Lisboa, o presidente da República confirmou que, no final da visita que fez aos paióis militares em Tancos, o então ministro da Defesa, Azeredo Lopes, chamou para perto de si o então diretor da PJM, Luís Vieira, que lhe disse que gostava de falar com ele.
"A única vez que tive a possibilidade de dirigir palavra a essa pessoa foi aquela no fim da visita em Tancos e para dizer 'havemos de falar'. Nunca falei. E hoje estou feliz por nunca ter falado", disse Marcelo Rebelo de Sousa, negando que se tenha disponibilizado para falar com a anterior procuradora-geral da República sobre a condução do inquérito, ao contrário do que foi defendido quarta-feira na audição do líder da PJM na Comissão de Inquérito.
"Eu o que tenho a dizer já disse. Está dito e passou-se assim. E em boa hora eu nunca o convoquei, nunca tive oportunidade de falar com ele", reiterou o chefe de Estado, insistindo que "apenas disse que falaria com ele oportunamente, quer dizer que não disse mais nada", rematou.
"Eu continuo na minha. Nessa ida a Tancos eu disse: tem de se apurar tudo até ao fim. Estamos quase a dois anos do desaparecimento das armas, em junho, e os portugueses têm direito a saber o que é que se passou, como é que se passou no desaparecimento e no reaparecimento. Tem direito a saber no processo criminal, é evidente", disse, insistindo que os portugueses "têm direito a saber em termos criminais, se houve ou não crime, quem cometeu o crime, como é que foi cometido, em que termos e quem são os responsáveis, e espero que venhamos a saber isso".