A Rússia bloqueou, no domingo, a adoção de uma declaração do Conselho de Segurança da ONU apelando às forças do marechal líbio Khalifa Haftar para pararem de avançar sobre Tripoli, a capital do país.
A delegação russa tinha pedido que esta declaração formal do Conselho de Segurança (CS) apelasse a todas as forças armadas líbias, e não apenas às do marechal Haftar, para cessarem os combates, segundo as fontes diplomáticas.
Como esta proposta russa de alteração do texto foi rejeitada pelos Estados Unidos, a Rússia opôs-se à adoção da declaração, indicaram os diplomatas.
Na sexta-feira, após uma reunião à porta fechada sobre a crise na Líbia, o CS apelou, numa declaração de imprensa, ao Exército Nacional Líbio (ANL), a força paramilitar comandada pelo marechal Haftar, para "cessar a sua ação militar".
O Reino Unido propôs, então, à aprovação dos 15 membros do Conselho de Segurança um texto mais formal, mas a Rússia opôs-se a esse texto. Ora, todas as declarações do CS têm que ser adotadas por unanimidade.
O documento britânico instava as forças do marechal Haftar a porem fim a toda a atividade militar e exortavam todas as forças armadas líbias, incluindo as do Governo de União Nacional (GNA), a retrocederem.
O GNA, com sede em Tripoli e cujo primeiro-ministro é Fayez al-Sarraj, é apoiado pela ONU.
O texto apresentado pelo Reino Unido apelava para que "aqueles que estão a sabotar a paz e a segurança da Líbia por isso sejam responsabilizados", uma formulação que tinha claramente como destinatário o ANL do marechal Haftar, e reiterava o apoio do Conselho de Segurança à conferência nacional que deverá realizar-se em breve com vista à realização de eleições naquele país.